terça-feira, 8 de outubro de 2013

I

'Feche os olhos. Siga-me.'
Senti uma brisa em meu rosto, ouvi o ruído dos carros.
Eu havia dito a ele que nunca tinha visto a praia de perto; ele fez questão de me levar à uma.
Ele foi me guiando, segurando em minha mão, e o vento levava até mim seu perfume. Aos poucos fui sentindo em meu chinelo os grãos de areia, até que ele parou.
'Espere. Sem pressa.' Ele tirou o chinelo dos meus pés. 'Você ficou o tempo todo de olhos fechados, certo?' Respondi com a cabeça que 'sim'. 'Então, pode abrir.'
Abri os olhos, e lá estava ela, a praia. A tão esperada praia.
'É linda' eu disse. Ele fez um gesto oferecendo o até então desconhecido chão de areia.
Pisei cuidadosamente, como se pisasse em ovos e me senti tão pequena como um daqueles grãos, em meio a todo aquele lugar, aquela Lua, aquele alguém.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013


"Tique-taque!" o relógio grita.
Não posso mais esperar... Tenho eu que tomar as rédeas? Tenho eu que me aproximar, com medo de errar?
O medo que dilacera minhas entranhas, como ao olhar um espelho e me sentir "eu". Não posso deixar que ele tome conta de meu pequeno e indefeso ser, que em todo tempo, luta contra si com as próprias mãos.
Juntamente com o medo, vem uma sensação voraz de avançar, ir, não estagnar, contudo, meu medo me prende, e torna máxima a possibilidade do erro.
Erro tanto; quando erro, algo dentro de mim me corrói, me sinto o único ser humano errado, como se todos os outros fossem perfeitos.
Quando erro, tento concertar tudo com o silêncio, o simples calar de palavras, que conduz as pessoas a questionarem-me o porquê.
Mas às vezes, desejo calar-me; ficar em meu canto, solitário e escuro, porém sem erros.
Sinto-me dos pés a cabeça.
É como se minha mente pedisse para meu coração bater, bater forte, e pulsar sangue quente, fervente, de uma faísca acesa pelo seu simples olhar.

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E o Sol se esconde entre as nuvens; a Lua, desmancha seu majestoso brilho; a poeira paira no ar; as vozes se calam; os ruídos, cessam; o mar se acalma; e enfim, você sorri.
Percebi com o tempo, que uma das contradições humanas é a multiplicidade de faces. Acho que tenho isso também.
Te mantenho longe para que não se machuque. Para que ao saber de menos, não saiba demais. Não saiba daquilo que não deve ser dito; não deve ser falado, a fim de que não tropeces em um segredo sombrio que entraria em teu coração, e o perfuraria, como uma flecha, flamejante e ardente.
Porém, tudo isto é aparente.
Aparente como a vista do poente, que ao oeste já se recolhera a tempo.

Boas vindas?

Como começar um blog... Com certeza não sei, mas quero que todos que o visitarem possam se sentir humanos.
Vou postar aqui sobre diversos assuntos, às vezes sem sentido e nexo nenhum entre si, espero que me entendam.